A psicóloga Maria José Vilaça, nos conta sobre a perseguição que sofreu em Portugal e nessa entrevista exclusiva mostra sua história de luta, perseverança e coragem!
Por Cláudio R. Garcia
Vamos conhecer quem é a mulher Maria José Vilaça. Nascida em Lisboa, a portuguesa é a mais velha de quatro irmãos, na infância viveu dois anos no Estados Unidos. Aos 19 anos foi para Bélgica onde estudou turismo, viveu no país por dois anos. Retornou a Portugal onde trabalhou nas áreas administrativas, de marketing, trabalhou no Hospital Santa Maria – um hospital universitário que pertence ao Serviço Nacional de Saúde. Vilaça se casou, teve três filhos e é avó de dois netos.
É voluntária na pastoral da família e coordenadora do projeto “Vinha de Raquel” que acolhe mulheres que abortaram e mulheres envolvidas com o aborto para fazerem um percurso de cura espiritual e psicológica que lhes permita acolherem o perdão ou sentirem-se perdoadas; a psicóloga explica que trabalha com casos de Síndrome Pós-Aborto e Estresse Traumático Pós-Aborto, cita que uma das características deste Síndrome é a dificuldade em se perdoarem a si próprias e complementa: “minha formação em psicodinâmica tem sido muito importante para entender o inconsciente”.
Transmitindo muita tranquilidade, paz e alegria, em um diálogo afável, Maria Vilaça conta quem ela é e no decorrer da entrevista conta a sua verdadeira história, demonstrando um vasto conhecimento e muita profundidade no campo profissional!
Vilaça relata que cursou psicologia em Lisboa na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, formou-se nos anos 2000, a psicóloga agrega em seu currículo a especialidade em logoterapia e atua com psicologia psicodinâmica em sua clínica particular. Ela explica sobre a graduação em psicologia: “Nos três primeiros anos, ensina-se os estudos comuns sobre a psicologia e nos dois últimos anos quem opta por Cognitiva Comportamental vai para uma área, quem opta pela Sistêmica escolhe outra área, tem a áreas de empresas e a área clínica que é a psicodinâmica.” A psicóloga esclarece sobre o título de psicanalista: “Para obter o título de psicanalista precisa fazer um curso de formação específica em Psicanálise, ela conta que fez durante oito anos ‘grupoanálise’ e que poderia ter entrado para a formação, porém optou pela formação em logoterapia – abordagem que prefere. Quando pergunto o porquê da escolha em psicologia a resposta é objetiva: “Para me conhecer mais e depois veio o gosto de ajudar outras pessoas, por isso terminei o curso ao fim de muitos anos.”
Início das perseguições
Em 2008 a descobriram, Vilaça ministrava um curso sobre Psicologia do Corpo e houve uma pessoa que a entrevistou, juntamente com uma colega, perguntando sobre homossexualidade – “Nesse tempo eu não tinha grande opinião sobre isso e não tinha estudado sobre o tema, fui precipitada e disse que para mim era uma doença, não pensei.”
Depois, em 2016, deu uma entrevista para um revista cristã chamada “Família Cristã”, perguntaram o que a psicóloga diria aos pais com um filho homossexual, ela esclarece: “Eu respondi: diria para o amarem, que pode ser difícil, mas que deveriam acolhê-lo. Como exemplo, que se descobrissem, por exemplo, que um filho é toxicodependente não deveriam colocá-lo para fora de casa.” – “Foi uma desgraça – acrescenta – depois disseram que eu estava comparando, quando na verdade eu me referia a reação dos pais”.
Na época, Vilaça publicou uma nota esclarecedora: “Leram o texto original? O que disse é que perante um filho que tem um comportamento com o qual os pais não concordam, devem na mesma acolhê-lo e amá-lo. A toxicodependência é apenas exemplo de comportamento que por vezes leva os pais a rejeitar o filho. Não é uma comparação sobre a homossexualidade mas sobre a atitude diante dela”.
Daí veio o primeiro processo da Ordem dos Psicólogos, a psicóloga conta que foi insultada nas redes sociais, ataques diretos e hostilização, incluindo ameaças de morte que partiram de países da América do Sul – incluindo a Argentina, também a Espanha.
A insistência dos perseguidores
Já neste ano, 2019, um rapaz procurou atendimento em seu consultório, ele afirmava que tinha atrações pelo mesmo sexo e que queria mudar por questões religiosas. Ele foi em três consultas, gravadas com uma câmera escondida, nelas ele levantava muitas questões sobre o que a igreja diz disso ou daquilo, ela informava que ele precisava falar com pessoas que pudessem ajudar o lado fiel dele, que devido a demanda que ele trazia o ideal era que falasse com o padre.
Recomendou uma paróquia quem tem um grupo de apoio para os ensinos espirituais que ele buscava, explicou que essa paróquia não era terapia de grupo mas sim um grupo que tem o objetivo da vivência da castidade e trabalha de maneira confidencial. O espião, foi até a paróquia, filmou as duas reuniões que compareceu, filmou a conversa com o padre no confessionário e entregou a um canal de TV.
O grupo católico tem expansão internacional, chama-se Livres para Amar, tem um site oficial em Portugal: https://livresparaamar.pt/ e também há um no Brasil: http://www.couragebrasil.com/p/o-que-e-o-apostolado-coragem-courage.html
Em Portugal existe ainda o grupo dos homossexuais católicos que tem apoio de alguns padres. Mas estes não seguem a doutrina da Igreja. Ao contrário defendem que a Igreja deve mudar as suas posições.
Maria Vilaça relata que a Ordem já fez algumas linhas de orientação ao para os psicólogos que atendem um paciente com atração pelo mesmo sexo ou transexual e, apesar de não estarem aprovadas, constam no site da Ordem. Para estes casos a Ordem recomenda que a única posição dos psicólogos deve ser homoafirmativa e nunca valorizar o desejo do paciente viver a castidade ou recuperar a heterossexualidade
Válido esclarecer que o Conselho Federal de Psicologia mantém um adjunto vínculo com a Ordem dos Psicólogos. No final da matéria, abordarei sobre isso.
Falamos sobre outra reportagem, Vilaça recebeu uma ligação de uma rede de TV: “Vai sair hoje à noite a reportagem no meu programa, onde a senhora é um dos principais temas, deseja estar presente ou prefere que eu só te entreviste?”; a psicóloga disse que pensou em recusar a oferta, porém como não sabia o que tinha sido gravado optou por ter a oportunidade para falar sobre o que seria exposto com o seu nome.
Ela conta que ao chegar no estúdio viu algo sobre a reportagem e percebeu que seria algo muito feio. “A reportagem fez uma péssima matéria ao dizer que em Portugal existe um sociedade secreta de psicólogos, psiquiatras e padres que fazem terapia de conversão, esse foi o título, é tudo mentira. Nos termos gráficos e músicas ficou parecendo um filme de terror e “me colocam como uma bruxa” – ela relata – uma coisa horrível. Eu não sabia de nada disso.”
A reportagem expôs conteúdos sem consentimento: mensagens, exposição da igreja, mas mantiveram o anonimato do espião! Vilaça conta: “No meio do programa eu me levantei e disse que não estava ali para me defender e não continuaria uma conversa desonesta. Tirei o microfone e fui embora. Continuaram a falar sozinhos.”
A psicóloga sofre as consequências da exposição feita por uma armação. Um amigo do Facebook a excluiu no período de realizar o estágio para obtenção do título na ordem, explicou a ela que tinha medo que a Ordem descobrisse que fossem amigos. Ela relata que os psicólogos temem a Ordem dos Psicólogos. Vilaça fundou uma rede de apoio chamada “Associação dos Psicólogos Católicos”.
No Brasil temos uma associação parecida: “CPPC – Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos” e temos também o “Abrape – Associação Brasileira de Psicólogos Espíritas”.
Brasil x Portugal, semelhanças ideológicas
Depois de conversarmos sobre a polêmica causada com sua imagem profissional, conversamos assuntos comparativos entre os dois países. Contei a Maria Vilaça sobre a PL 672/2019 que tramita no Congresso e tem objetivo criminalizar e nos coibir de falar sobre ideologia de gênero, ela me conta que em Portugal já existe uma lei parecida. Soube inclusive que no parlamento português venceu as eleições a esquerda radical.
Falamos sobre ideologia de gênero, Vilaça me conta que esse ano foi introduzido ensino LGBT nas escolas, uma criança de seis anos foi questionada: “gosta de homens, de mulheres ou dos dois?”
Outra criança de cinco anos relatou a educadora dificuldades em adquirir igualdade de gênero, dizia que o pai não gostava de cor rosa, que ele dizia que rosa são para meninas e que os brinquedos são diferentes para meninas e para meninos. Isso foi parar na internet e a escola processou os pais!
Vilaça é sensata ao dizer: “Essas questões devem ser trabalhadas na família, a escola não tem que educar isso – querem fazer como fizeram outras ditaduras que é tirar a educação da família para o estado educar.”
Ela explica que essa educação vem primeiro da antropologia e depois se aplica em outras ciências, fala sobre a obra de Gramsci e a Escola de Frankfurt – berço do marxismo cultural cujo objetivo é destruir a família, a Igreja e a propriedade privada.Discorre explicando que a história está um pouco mais atrás com o relatório de Kinsey sobre a sexualidade, que alterou a forma de olhar sobre a sexualidade, Kinsey era um homem perverso e ainda assim conseguiu alterar muita coisa. Depois veio as experiências do dr. Money – da desastrosa experiência dos gêmeos. Ela explica que querem transformar a questão do gênero em educação sexual, tornando uma questão cultural de “se sentir-se uma menina, tornara-se uma menina”. “Isso é um desrespeito com a realidade!!!”
“Não há nenhum fundamento teórico, a nível da psicologia científica, que possa justificar essa filosofia. Não há uma base científica que comprove que alguém nasce gay, até agora não há estudos que comprovem que nasce no corpo errado, o que nos indica que, provavelmente, isso é uma perturbação de natureza mental.
O objetivo antropológico é tornar normal toda a sexualidade não binária – sexualidade binária corresponde a heterossexualidade: homem X mulher.”
Vilaça conta que aprendeu muito com duas autoras (Marguerite Peeters e Gabriele Kuby), que explicaram qual a origem dessas ideias e o que cada pensador trouxe para construir essa ideologia, explicando como isso foi espalhado através da ONU, das ONG’s internacionais, através dos organismos estatais, através dos governos. Ela fala sobre os princípios que regem a agenda LGBT, que estão escritos em um documento chamado princípios de Yogyakarta ( que é uma cidade desconhecida na Indonésia), que algumas pessoas se juntaram e construíram os princípios, os princípios são uma espécie de livro de cunho revolucionário cultural, uma base do que fazer para implementar essa cultura. Ela conta que em Portugal as pessoas não possuem conhecimento sobre isso e que grupo formado por ela, um professor de direito e outras pessoas, realizam conferências em várias áreas e as pessoas ficam espantadas porque ninguém tem ideia sobre o tema. Grupos contrários os acusam de fundamentalistas e dizem que querem fazer uma teoria da conspiração.
Psicologia
Voltamos a nossa profissão, Vilaça exprime: “Muitas pessoas me procuram com atração pelo mesmo sexo, e eu procuro ajudar no que posso, partindo sempre da realidade e das experiências emocionais e afetivas da vida de cada um! Eu nunca pensei que iria trabalhar nessa área, não era minha área preferida de todas mas percebi que devo ajudar essas pessoas porque elas sofrem muito; e tem direito a receber ajuda.”
“Existem pessoas que sofrem demais perturbações e tem uma personalidade de lamento mais narcísica, são mais individualistas, também mais centrados em eles próprios e é natural que seja assim e tudo isso pode ser tratado e pode passar. Se a pessoa está demasiado centrada em si, nos seus desejos, pode projetar no outro o que gostaria de ser. – Eu gostaria de ser como aquele homem – aí pode nascer uma erotização e a pessoa pode julgar que é homossexual”
“Uma pessoa me procurou porque teve três episódios onde os níveis de ansiedade subiram muito, ela falava que tinha uma personalidade rígida e que nesses três episódios com níveis de ansiedade muito grande começou a ter comportamentos homossexuais. Se tratava de um homem casado, com muitos filhos e muito fiel a igreja e isso o perturbou muito. Ele disse: eu acho que não sou homossexual. Isso foi claramente um episódio da perturbação psíquica dele, portanto é preciso situar as coisas onde elas estão! Imagina que ele procura um atendimento homoafirmativoque poderia estragar toda a vida dele, o fazendo deixar a família e os filhos?”
E deixa claro: “Não faço terapia de conversão, o que faço é terapia baseada no desenvolvimento, humanismo e do desenvolvimento da personalidade: as relações feridas, relações emocionais feridas que desencadeiam situações de AMS. Não existe conversão homossexual!”
Ela finaliza sendo assertiva: “Sou assumidamente católica, sou fundadora da associação dos Psicólogos Católicos e quando me procuram já sabem disso; e também atendo muitos pacientes que não são católicos como cristãos e muçulmanos, dizem que me procuram porque eu tenho uma religião na minha vida pessoal!“
Com muita alegria deixo meus agradecimentos a Maria José Vilaça por ter concedido aos brasileiros a oportunidade de conhecer sua verdadeira história, por nos mostrar que podemos seguir a religião que quisermos na nossa vida pessoal sem nos envergonhar por isso e principalmente: Não devemos nos calar diante das agendas globalistas e marxistas que os Conselhos espalhados pelo mundo promovem. Outro aprendizado muito importante é que podemos perceber o quanto a mídia é articulosa e traiçoeira quando tem nos seus propósitos arruinar a vida de alguém.
Abaixo, segue o vínculo Brasil x Portugal. Muito se assemelham em suas práticas e condutas.
Excelente matéria!! Parabéns vim até essa matéria pois estou a procura de psicólogos cristão em Portugal!!
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