Projeto de Janaina Paschoal que garantia direito de escolha do parto foi derrubado

A deputada estadual Janaina Paschoal defende o direito da escolha da mulher na hora do parto.

Ela usou o seu Twitter para relatar que a lei foi derrubada pelo Deputado Campos Machado (PTB) por rixa política. Janaina argumentou sobre as mulheres carentes que não tem condições de optar e pagar por um parto cesárea.

Há muitos relatos na internet de complicações no parto normal forçado. Milhares de mulheres relatam que foram forçadas a parir pela via vaginal, sem direito a escolha e muitas vezes sem assistência, algumas tiveram suas cavidades extremamente cortadas, outras tiveram sequelas ou ainda os bebes nasceram com sequelas irreversíveis, a mais comum delas é a falta de oxigenação no cérebro por negligência médica.

O parto domiciliar, geralmente guiado por doulas, teve um aumento gritante nos últimos anos, quando os relatos de morte e complicações do parto cresceram ainda mais.

Um grupo do sul do estado do Rio de Janeiro (Descaso na Maternidade do HSJB – Volta Redonda) relata mortes de mães e bebes por parto normal forçado e reforça a afirmação de Janaina Paschoal.

Nesse LINK você pode ler inúmeros relatos de mulheres que sofreram ou que perderam seus filhos em um parto normal forçado.

Segundo a OMS, em um artigo publicado em 2018, todos os dias, aproximadamente 830 mulheres morrem por causas evitáveis relacionadas à gestação e ao parto no mundo. 99% de todas as mortes maternas ocorrem em países em desenvolvimento. E a taxa de mortalidade materna é maior entre mulheres que vivem em áreas rurais e comunidades mais pobres. O artigo ainda destaca que as mulheres morrem como resultado de complicações que ocorrem durante ou depois da gestação e do parto.

Um dos casos mais conhecidos do país aconteceu na maternidade conhecida como maternidade assassina Maria Amélia Buarque de Hollanda, no Rio de Janeiro. Carla Marins da Silva deu entrada no hospital com 40 semanas de gestação e contrações, sofreu durante quinze horas num parto normal forçado e seu bebe veio a óbito três dias depois. Na época ela se revoltou e quebrou o hospital.

Leia o depoimento de Carla Marins na época:

“Lá no Maria Amélia, a equipe responsável por partos são enfermeiros, técnicos e auxiliares; os médicos não têm autonomia ali, eles cumprem ordem que é não interferir no atendimento dos enfermeiros e os enfermeiros não tem qualificação suficiente para lidar com todas as etapas do parto; quando a mulher diz que não aguenta mais, eles simplesmente a consideram como mais uma fresca e ignoram.
Eles pegaram uma penca de enfermeiros, levaram para uma sala e falaram: deixa a mãe gritar, espernear, chorar; é drama e frescura, todo bebe nasce de parto normal.
Para eles, eu faço parte de uma fatalidade e não de um descaso, estão cegos e ludibriados, parece que foram enfeitiçados. No meu caso, eu me queimei no chuveiro, desmaiei varias vezes, me urinei, evacuei e o meu bebê também evacuou, o cocozinho dele saia pelas minhas pernas elas assistiram a tudo isso inertes, diziam que tudo aquilo era normal; eu chorava, dizia que meu filho morreria, ajoelhava e implorava socorro e elas mandavam psicólogos pra mim e, cada vez mais, eu me desesperava porque eu queria uma única coisa: a cesariana. Procurei, naquele hospital, um bisturi para eu mesma abrir minha barriga e tentar salvar meu filho. Saí nua pelos corredores pedindo socorro; quanto mais pedia ajuda, mais longe elas se mantinham longe de mim.
Elas não faziam nada, sequer deixavam eu encostar nelas, pegar na mão que fosse. No, final meu filho não nasceu e era tarde demais para uma cesariana. Ele foi lançado para fora de mim através de duas manobras de kristeller e sofri uma hemorragia terrível. Sobrevivi por uma milagre. Horas depois, fui acordada pelo meu marido desesperado, dizendo que Marcel estava no CTI ligado a dezenas de aparelhos entre a vida e a morte. E, depois de três dias, ele morreu; eu só queria estar morta no lugar dele. A morte dele é uma sequência de fatos aterrorizantes.

Assista o vídeo

Ela rebateu as ativistas do parto (des)humanizado no seu perfil:

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