O covid-19 deixa seu rastro de sofrimento no país que soma 80.120 mil mortos e 2.118.646 contaminados.
O avanço do coronavírus revela que a contaminação está cada vez mais próxima. Classificação de risco não é mais critério para ser infetado, o índice de crianças, jovens e adultos saudáveis tem crescido.
Um grupo no Facebook reúne relatos de internautas sobre o alastramento do covid. Curas, internações e mortes, post que relatam a dor de quem foi obrigado a conviver com o vírus.
Dificuldade de aceitação de uma nova realidade
Algumas pessoas terão maior dificuldade para se adaptar ao uso contínuo de máscaras e limpeza habitual das mãos, mas esse não é o maior problema, a mudança drástica na rotina afeta outras áreas, a área emocional é uma das mais afetadas.
A princípio há o pânico, o medo da contaminação e do desconhecido, afinal é um vírus, invisível aos olhos. Isso causa uma pausa brusca nas atividades rotineiras como ir na padaria, fazer uma caminhada com o pet ou marcar um almoço com os amigos. O vírus ainda era distante.
Numa segunda etapa, as pessoas precisam recriar o dia a dia, construir novos hábitos, reinventar as atividades diárias de trabalho, limpeza, estudos. Nesse período alguns se depararam com o desemprego. As manifestações psicossomáticas estão mais evidentes: crise de ansiedade, insônia, pânico, depressão. O vírus circulava pela cidade, mas não tão próximo.
Na terceira etapa, a que estamos, as pessoas iniciam um novo processo, o mais perigoso, o vírus está “familiarizado” enquanto as pessoas estão desgastadas, sentem falta das atividades que exerciam antes, querem sair, ter contato, ver o movimento – como costumam alegar. A contaminação é crescente, tanto quanto a negação. O risco do vírus é colocado atrás da porta para amenizar a culpa de se expor. Mas isso tem um preço: o covid já está entre conhecidos, amigos e familiares.
No mesmo ritmo, pessoas contaminadas pelo vírus entram no círculo de surto e saem para propagar o vírus. Os relatos são chocantes:
“Um cliente bateu na porta da loja, disse que tinha prioridade, depois que entrou disse que deveria estar de quarentena. Todos nossos funcionários estão em observação.”
“Minha mãe estava atendendo no bazar dela, uma cliente tirou a máscara e tossiu próximo ao rosto dela, quando estava na rua disse que estava com o corona. Minha mãe agora está na UTI.”
“Eu estava no (aplicativo de transporte) e peguei um cliente, ele conversou um pouco, tirou a máscara sem que eu percebesse e depois de pagar a corrida contou que estava com o covid. Testei positivo.”
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