Por Luciana O Garcia
Roberto Jefferson é o novo símbolo da direita e presidente do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), partido onde a direita se instala para concorrer nas próximas eleições.
O corrupto envolvido no esquema do mensalão, que quando sentiu o cheirinho das investigações, intitulada Operação Satiagraha, resolveu denunciar o esquema. Mas não é só isso.
Roberto Jefferson atuou como militante a favor de Fernando Collor, numa “tropa de choque” que defendia o então presidente.
Em 1993 foi citado na CPI do Orçamento entre os envolvidos no esquema de propina, e foi incluído na lista de 14 parlamentares que necessitou de maior investigação. O relatório apontou que 470 mil dólares, o patrimônio e a movimentação bancária do político era incompatível com o seu rendimento, além de encontrarem bens não declarados à Receita Federal.
R. Jefferson, presidente do PTB, fez uma aliança com o PT em 2004 em prol das eleições, em troca o PT ajudaria o partido dele financeiramente, o que aconteceu: quatro milhões de dólares não declarados a Justiça Eleitoral – admitido pelo próprio político.
Em setembro de 2004 a edição 1872 da revista Veja lançou a manchete: “O escândalo da compra do PTB pelo PT. Saiu por 10 milhões de reais.” O artigo relatou as divergências entre as bases e o comprometimento do PT pagar 150 mil reais a cada deputado federal do PTB em troca de apoio no executivo. O acordo foi rompido por falta de cumprimento.
No ano de 2005, o mandato de Jefferson foi cassado, perdendo seus direitos políticos por oito anos. No mesmo ano, em junho, Roberto Jefferson afirmou ao Jornal Folha de São Paulo que o PT pagou 30.000 mil reais a vários deputados em troca de votos para legislação favorecida na Câmara.
Ainda em 2005, a revista Veja divulgou o envolvimento de R. Jefferson no escândalo de corrupção dos Correios, com fraude nas licitações e desvio de dinheiro público.
Com as investigações chegando cada dia mais perto, Roberto Jefferson resolveu colocar a boca no trombone e denunciou o mensalão. Ele foi condenado por corrupção a mais de dez anos de prisão em regime fechado, mas a pena foi reduzida a sete com regime semiaberto por conta da delação premiada (que reduziu 1/3 da pena)
Em 2015 o ministro do Supremo Tribunal Federal, alvo de críticas recentes da direita conservadora, indultou Roberto Jefferson e sua dívida com a justiça foi quitada.
Hoje o político se diz aliado de Bolsonaro e conservadores da base direitistas estão migrando para o partido que ele preside. Assim como outras figuras que tem um passado manchado pelo envolvimento em movimentos ideológicos, Roberto Jefferson se apresenta hoje como cristão, conservador e “atalaia” do lar cristão.

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