O covid-19 volta a assolar a Europa e diversos países entram novamente em medidas de isolamento restritivo incluindo fechamento de mercados, bares, clubes, restaurantes, cinemas e teatros.
Enquanto brasileiros ignoram os efeitos da pandemia e se reúnem em eventos e manifestações, quebrando os protocolos de segurança como uso de máscaras como prevenção, os países europeus decretam novo lockdown.
O Brasil já soma 160.074 óbitos por coronavírus e 5.545.705 de infectados. Somente nesse domingo foram registradas neste domingo 190 novas mortes e 10.100 em apenas 24 horas.
No mundo inteiro já são 1.198.000 de mortos e 46.312.467 de infectados.
Itália
A Itália registra um crescimento no número de contágio e o governo não irá retardar as medidas, um novo DPCM (medida de restrição) será tomado na segunda-feira (02/11) e apertará o cordão de isolamento no combate ao covid-19.
O Ministro da Saúde, Roberto Speranza, afimrou em entrevista ao jornal Corriere della Sera:
“A curva epidemiológica ainda é muito elevada. O que me preocupa é o número absoluto, que mostra uma curva assustadora. Ou o dobramos (as medidas), ou teremos problemas. Temos 48 horas para tentar dar um novo aperto, a situação na Itália ainda é muito difícil. Há muita gente por aí e há muita lotação nos hospitais.”
O boletim de hoje, 01/11, mostra que o país soma 29.907 novos casos e 208 mortes em 24h. A taxa de positividade subiu para 16%. Onze regiões são consideradas de alto risco.
A medida que a curva cresce, o governo trabalha para aplicar de maneira efetiva a nova medida restritiva e impedir o colapso no sistema de saúde. Há pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde abril.
O parlamento se reunirá com o primeiro-ministro Giuseppe Conte amanhã e em seguida anunciarão a nova DPCM.
Veja dos dados do Mapa de Contágio:

Especula-se que o novo toque de recolher começará à partir das 18h em toda a Itália. Bares e restaurantes serão fechados até mesmo para o almoço e o ensino a distância será determinado, lojas, clubes, shoppings também serão fechados e haverá proibição de movimentação entre as cidades.
O lockdown generalizado poderá durar a princípio três semanas, mas poderá se estender ao longo do período, principalmente nas cidades de Milão, Nápoles, Varese, Monza e Brianza e Como.
França
O Senado francês votou na última sexta-feira, 30/10, a prorrogação do estado de emergência sanitária até o dia 31 de janeiro de 2021, podendo incluir a temporada de férias. A segunda onde da pandemia está atingindo rapidamente a França.
A França já soma 46.290 novo casos de contaminação em 24h, totalizando 1.413.915. 231 de infectados ao longo da pandemia. O número de mortos já chegam a 37.019 e as internações hospitalares ultrapassam 17 mil pessoas.
Emmanuel Macron anunciou o novo lockdown na última quarta-feira, 28/10, que começou na sexta-feira e vai até o dia primeiro de dezembro, podendo ser estendida.
Como medida restritiva, as prateleiras de itens não essenciais nos supermercados foram fechadas. O primeiro ministro, Jean Castex, afirmou:
“Não vamos recuar nas medidas anunciadas, será proibida nos supermercados a venda de produtos que já estão proibidos no comércio local.”
O Professor Delfraissy, que é Presidente do Conselho Científico, disse que provavelmente dure mais do que um mês e o toque de recolher deve continuar durante o mês de dezembro, incluindo Natal e Ano Novo.
O Ministro da Saúde, Olivier Véran, afirmou hoje, 01/11. que o Natal não será uma festa normal e que os italianos não esperem grandes noites para as datas de fim de ano.
O INSERM (Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica) acrescentou:
“É ilusório pensar que um confinamento de quatro semanas nos permitirá passar o Natal como se nada tivesse acontecido. A duração do confinamento vai depender da sua eficácia, mas em todos os casos será necessário optar pelo ‘desconfinamento’ cuidadoso: encerramento de alguns estabelecimentos, eventual estabelecimento de toque de recolher”.
O governo ainda reforçou que abrir uma loja no período de proibição acarretará uma multa de 135 euros e o encerramento imediato do estabelecimento, se o lojista reincidir a multa aumentará para milhares de euros.
Inglaterra
O lockdown de um mês da Inglaterra pode ser estendido para além do dia 02/12, segundo o ministro Michael Gove.
Para Gove a paralização poderá ser ampliada caso não consigam conter a segunda onda do covid e que sem as mudanças determinadas por Boris Johnson os hospitais estariam lotados no próximo mês.
O comitê “Covid Quad” pontuou que o aumento do índice atual de infecções poderá deixar os hospitais lotados em todas as partes da Inglaterra e os números de mortos poderá ultrapassar 4.000 pessoas por dia no período natalino.
O ministro afirmou:
“Queremos estar em uma posição onde possamos – e eu acredito que é provável e que seja o caso – ter uma abordagem em que, se reduzirmos suficientemente a taxa de infecção, possamos reduzir as medidas nacionalmente e também reduzir as medidas regionalmente. (…) com restrições nacionais reduzidas podemos ver um aumento de casos. Vamos revisá-lo (o plano) no dia dois de dezembro, mas seremos guiados pelo o que os dados mostram.”
“Com um vírus tão maligno e com sua capacidade de se mover tão rapidamente, seria tolice prever com certeza absoluta o que acontecerá em quatro semanas, quando ao longo das últimas duas semanas sua taxa, sua infecciosidade e sua a malignidade cresceu.” – concluiu
O primeiro-ministro Boris Johnson anunciou o lockdown na coletiva de imprensa e disse que todos comércios não essenciais vão fechar, incluindo bares e restaurantes, por hora as escolas continuarão abertas.
A disseminação do vírus na terra da rainha alcança 50.000 mil novos casos todos os dias. A segunda onda ameaça sobrecarregar os hospitais e aumentar o número de mortos.

Por precaução as viagens nacionais e internacionais foram proibidas durante um mês e os residentes só poderão trabalhar a distância. A medida causou lotação nos aeroportos, turistas deixaram o país. A população foi em massa para o mercado e as prateleiras foram esvaziadas.
Portugal
António Costa, primeiro-Ministro de Portugal, anunciou este sábado, 31/10, medidas restritivas para 121 cidades para travar a propagação da Covid-19. As novas medidas do lockdown entram em vigor à partir do dia 04 de novembro.
Entre as medidas estabelecidas está o dever cívico de recolhimento em domicílio, desfasamento de horários no trabalho, os restaurantes só poderão manter seis pessoas por mesa e obrigatoriamente fecharão às 22h30, celebrações sociais só poderão conter cinco pessoas e todos demais estabelecimentos comerciais fecharão as 22h. Mercados e feiras também foram proibidas.
As medias serão avaliadas a cada 15 dias. O reconfinamento atingirá cerca de 70% da população portuguesa.
Nas últimas 24h o país registrou 37 mortos e 3062 infectados, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Alemanha
No último sábado o país determinou o lockdown à partir de segunda-feira, 02/11, a decisão causou revolta em alguns manifestantes.
A medida proibirá reuniões em eventos privados e públicos, os hotéis estão proibidos de aceitar turistas.
O Instituto Robert Koch (IKI) registrou mais de 14 mil infectados no último sábado, 31/10, além de observar uma elevação no índice de contaminação. Já são 532.930 infectados e 10.481 mortos. Segundo o relatório, dez pessoas infectadas infectam onze pessoas, isto é 1,11.
O RKI estima que podem haver oscilações diárias.
Idosos alemães tem sido infectados pela segunda pelo covid-19, principalmente com idade acima de 50 anos. Segundo informações, a reinfecção acontece em larga escala e esses pacientes já enchem Unidades de Terapia Intensiva.
O governo de Saarland emitiu um alerta sobre colapso em hospitais do estado. Segundo o primeiro ministro Tobias Hans e o chefe da medicina intensiva na Alemanha, nessa segunda onda faltará equipe de enfermagem e enfrentarão o vírus com poucos leitos. Hans teme que a capacidade das UTI não seja suficiente. Ele descreveu como “situação é assustadora e alarmante: muitos dos 1.900 hospitais na Alemanha podem entrar em colapso em breve.”
Uwe Janssens, presidente da Associação Interdisciplinar Alemã para Terapia Intensiva e Medicina de Emergência, afirmou em entrevista:
“Em alguns estados federais não há muito espaço disponível. Berlim tem apenas 14% de leitos de terapia intensiva gratuitos, Bremen 17%. Isso também ocorre porque muitas clínicas ainda estão realizando seu programa de rotina. Naquela época (início da pandemia), a situação era muito menos dramática do que a que enfrentamos agora.”
Ele solicitou um pacote de urgência clínica, solicitando apoio urgente para suprir a falta de profissionais da saúde, além de alerta sobre o colapso financeiro que pode atingir os hospitais.
Espanha
Os espanhóis enfrentam novo decreto do estado de alarme, o lockdown foi imposto em 35 áreas de saúde e em 12 municípios, incluindo toque de recolher que vai das 00h às 06h da manhã em toda região.
Funcionários do cemitério de Madrid abriram greve durante o período de 24h exigindo mais funcionários para lidar com o aumento repentino de mortes na segunda onda do covid-19.
Catalunha, no nordeste da Espanha, registrou 262.542 casos confirmados de covid, somando mais de 14 mil mortos, sendo que 4.226 morreram dentro de sua residência. Além de 463 pacientes a mais internados na UTI.
Lares de idosos registraram avanço do vírus, 6.724 idosos morreram e já são 21.391 infectados.
Grécia
Assim como os demais países, a Grécia também impôs o lockdown nesse sábado, 31/10.
Ao norte do país, em Salónica, uma área que foi fortemente afetada, foi colocado em prática o plano de emergência que cria cinquenta leitos a mais em unidades de urgência.
Fato inusitado: o padre Dom Théoklitos resolveu desobedecer as medidas de contenção impostas anteriormente, chegou a fazer um vídeo dizendo: “Tenho 65 anos e celebrei a comunhão. Você acha que tenho coronavírus? Se os médicos quiserem me examinar, estarei a disposição dele.”
No rito de comunhão os fiéis compartilham o vinho que o sacerdote bebeu numa colher que passa de boca em boca.
Após a desobediência, o padre foi diagnosticado com covid, segundo a igreja da cidade de Iérissos em Chalkidiki que publicou: “o bispo testou positivo para Covid-19 e permanecerá em quarentena. (…) a igreja estará fechada por quatorze dias para contenção do vírus.”
Claro que a contaminação do padre causou revolta nas redes sociais e devido a propagação das críticas ele resolveu se defender dizendo que não contraiu o vírus na igreja e pediu que “todos respeitassem seu calvário” e acrescentou:
“Lamento que minha provação pessoal tenha servido como uma oportunidade para alguns atacarem a igreja.”
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