Alunos vendem e replicam o curso sobre personalidade.
Texto do guru utilizado em vendas e ataques pessoais não foi autorizado por ele, alunos como Marsili e outros utilizam do tema para propagar ganhos financeiros e “ensino” emocional.

Como bem se sabe, Olavo não é psicólogo, terapeuta, médico ou qualquer outra coisas, visto que não terminou o ensino fundamental e não possui formação acadêmica nas áreas por qual fala com mendacidade. No entanto, ainda assim, resolveu abordar (mais uma vez) um tema psicológico.

O que poucos sabem é que a tal teoria das 12 camadas da personalidade já teria sido explanada por Ken Wilber, fundador da psicologia integral e seguidor da obra de Jung. Seus estudos abordaram filosofia, arte, ciências e espiritualidade, traçou mapas de análise, integração e transcendência. Veja a semelhança:


A Urantigaia explicou os detalhes do mapa de Wilber:
Um mapa integral
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O Mapa Integral é apenas um mapa. Ele não é o território. É evidente que não queremos confundir o mapa com o território – mas tampouco queremos trabalhar com um mapa defeituoso. Você iria querer sobrevoar as Montanhas Rochosas com um mapa inexato? O Mapa integral é apenas um mapa, mas é o mapa mais completo e preciso de que dispomos hoje. (WILBER, 2008: 18 [5])3_2 Uma outra denominação para o Mapa Integral é o Sistema Operacional Integral (SOI). Em analogia ao sistema operacional em uma rede de informações, o qual é a infraestrutura que permite operar os vários programas, o SOI pode ser usado para “ajudar a indexar qualquer atividade – desde artes, dança, negócios, psicologia e política até ecologia e espiritualidade” (WILBER, 2008: 19 [5]), possibilitando a cada um desses domínios comunicar-se com os outros.
3.1 Os elementos
3.1_1 Os “cinco elementos essenciais” do SOI ou da Metateoria AQAL (todos os quadrantes e todas as linhas) são aspectos de nossa própria experiência: quadrantes, níveis, linhas, estados e tipos. A realidade humana é assim descrita em quatro (4) quadrantes: o que mostra o Eu Individual (consciência, realidades subjetivas; que existem dentro de cada um), o que revela o Exterior Individual (organismo, os comportamentos observados), o que revela a cultura da nossa vivência com o mundo (cultura, o Nós) e o Exterior Coletivo (ambiente, a sociedade, os comportamentos observados desde o exterior para o conjunto da humanidade).3.1_2 A evolução se dará então através de diferentes níveis que vão atravessando o Eu e as suas subpersonalidades e dimensões (moral, afetivo, identidade, cognição, criatividade etc., e que podem seguir percursos independentes). Da tradição da pré-modernidade, Wilber resgata o Grande Ninho do Ser. Da modernidade, utilizou a diferenciação dos valores culturais: a diferenciação da arte, da ética e da ciência, ou a estética do “eu”, a moral do “nós” e os “istos” da ciência; relatos de 1a pessoa, de 2a pessoa e de 3a pessoa; eu, cultura e natureza.3.1_3 Existem então níveis possíveis de evolução havendo alguns níveis prévios anteriores à formação da personalidade e outros níveis posteriores à personalidade, por conseguinte, transpessoais. Em cada um dos níveis de desenvolvimento, o ser humano tem uma visão diferente do mundo e que se vai aprofundando e ampliando à medida que a pessoa evolui.3.1_4 São várias as linhas de desenvolvimento. Cada pessoa pode demonstrar desenvolvimento avançado em determinada área (cognitivamente) e baixo em outra (a moral, por exemplo). Gardner desenvolveu a ideia de inteligências múltiplas, aqui aproveitadas por Wilber. As inteligências cognitiva, interpessoal, moral, emocional e estética também são chamadas de linhas de desenvolvimento por apresentarem crescimento e desenvolvimento em estágios progressivos.3.1_5 Cabe ressaltar uma diferenciação feita por Wilber entre estado e estágio. Os três estados naturais de consciência são a vigília, o sonho e sono profundo. Existem outros estados também: o estado meditativo, os estados alterados de consciência (como os induzidos por drogas, esforço intenso etc) e uma grande variedade de experiências de pico (êxtase etc). Os estados, geralmente excludentes (sono ou vigília), podem ser vivenciados por qualquer pessoa e ocorrem em todos os níveis. Através de uma experiência de pico, os domínios transpessoais podem ser atingidos.3.1_6 Os estágios ou níveis precisam ser desenvolvidos; são potencialidades. Uma vez desenvolvidos, tornam-se permanentes; coexistem entre si (transcendem e incluem). No modelo de Ken Wilber, a consciência se organiza em esferas evolutivas que sucessivamente incluem e transcendem a camada anterior. A vida inclui e transcende a organização física e molecular onde ocorre; a mente, por sua vez, inclui e transcende a vida; a alma inclui e transcende a mente; e o espírito, a alma.3.1_73.1_8 A ideia de que qualquer “todo” conhecido é apenas um “holon” (parte de um “todo maior”, conceito holístico emprestado de Arthur Koestler) aplica-se também a átomos, moléculas e organismos; letras, palavras, frases, páginas, livros e idéias; e à própria consciência humana, um holon que se manifesta em quatro quadrantes: eu, isto, nós, “istos” (isto coletivo).3.1_9
3.1_10 Por este modelo, a negação das camadas vistas como “inferiores” (comum a vários sistemas filosóficos e religiosos), seria um equívoco; assim como o descarte, por parte de alguns campos da ciência, de toda esfera que transcenda os limites de sua visão.3.1_11 A visão científica em geral considera um “cosmos” da realidade física como “todo”, e não um holon. Isso implica a visão de que apenas a física e causalidade seriam as ciências perfeitas e reais. Wilber propõe a retomada do conceito grego de “Kosmos”, que inclui não só a matéria, mas também a vida, a mente, a alma e o espírito. Assim, uma visão materialista encontraria explicações para o domínio de seu “olho do físico”, criando teorias para o cosmos. Já uma visão de Kosmos implicaria o desenvolvimento de um “Olho do Espírito”, uma vez que causas oriundas de um holon transcendente pareceriam inexplicáveis, se considerado apenas a esfera anterior.3.1_12 Wilber também expande o conceito da Dinâmica da Espiral de Clare W. Graves, um modelo dos estágios do desenvolvimento humano, aplicável a vários campos, de acordo com uma visão do mundo mais ou menos individual, familiar, coletiva ou holística.3.1_13 Segundo o filósofo, a maioria das visões espirituais e psicológicas incorre numa visão dualista (racional ou espiritual, ciência ou religião, ego ou essência do ser). Para Wilber, contudo, há um modelo de três camadas (pré-pessoal, pessoal e transpessoal; mítico, religioso ou místico; corpo, ego ou Ser; instinto, intelecto ou intuição; natureza, cultura ou Kosmos), e há um falácia ao incluirmos as experiências pré-pessoais na coluna “espiritual” do modelo anterior. Assim, sua análise discerne, no dito espiritual, aquilo que é “transpessoal” e evolutivo daquilo que seria “pré-pessoal”.3.1_14 O próximo componente do Mapa Integral é simples: cada um dos componentes anteriores tem um tipo masculino ou feminino, por exemplo. Com tipos, Wilber se refere a aspectos que podem estar presentes em praticamente todos os estágios ou estados. Podemos ser um dos tipos em qualquer estágio de desenvolvimento. São as chamadas “tipologias horizontais” (tipos junguianos, Eneagrama, Myers-Briggs etc), que, diferentemente dos estágios ou níveis “verticais” – estágios universais, ressaltam algumas orientações possíveis de serem encontradas ou não nos indivíduos (nem todos se ajustam a uma determinada tipologia, mas todos atravessam as ondas básicas da consciência).
4 “Terra à vista”: Prática da vida integral
4_1 Como já vimos, segundo Wilber, o argumento básico da filosofia perene é que homens e mulheres estão imersos na Grande Cadeia do Ser. Isto é, temos em nós matéria, corpo, mente, alma e espírito. Quando se trata de doença e saúde, o autor é enfático:4_2
Para cada doença, é extremamente importante tentar determinar que nível ou níveis primariamente a originam – físico, emocional, mental ou espiritual. É muito importante usar procedimento do “mesmo nível” (mas não necessariamente o único) para o rumo inicial do tratamento. Use intervenção física para doenças físicas, terapia emocional para distúrbios emocionais, métodos espirituais para crises espirituais e assim por diante. No caso de uma mistura de causas, use uma mistura de tratamentos dos níveis apropriados. (WILBER apud RAYNSFORD, 2009 [2])4_3 A Prática da Vida Integral tem como objetivos manter os quatro quadrantes equilibrados nos diferentes níveis e acelerar a transcedência para níveis de consciência mais elevados nas diferentes linhas de desenvolvimento. O SOI (Sistema operacional Integrante) pode ser aplicado a qualquer situação da vida diária: negócios, educação, política etc.4_4 Wilber sugere módulos centrais e auxiliares a serem realizados diariamente. É o que veremos exemplificados a seguir.
4.1 Os módulos centrais
4.2 Os módulos auxiliares
5 Considerações finais: Registros da viagem
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Há um Espírito para cada uma das ondas de percepção, uma vez que o Espírito é aquela mesma percepção que aparece nos diferentes níveis de seu próprio desenvolvimento, a mesma percepção que jaz adormecida nos minerais, se agita nas plantas, se move nos animais, revive nos seres humanos e retorna para si mesma no sábio desperto. E o mais extraordinário é que todos nós – inclusive você e eu – somos convidados a também nos tornarmos sábios despertos. (WILBER, 2008: 153 [5])5_2 Pudemos, de forma sintética, permitir que nosso eu viajasse pelas ondas de desenvolvimento aqui descritas. Os objetivos do modelo integral proposto por Ken Wilber são:
- Mapear o ser humano e suas relações.
- Desenvolver a espiritualidade.
- Promover uma linguagem comum que permita o diálogo interdisciplinar.
- Integrar ciência e religião.
- Propor soluções integrais para os problemas atuais da humanidade.
- Proporcionar uma Prática da Vida integral.
5_3 Esperamos, de alguma forma, ter contribuído para a divulgação de ideias tão promissoras, incitando a ampliação dos estudos e, consequentemente, a prática de uma vida mais saudável.
6 Anexos
6_1Figura 1: Espiral Integral de Desenvolvimento 16_2
Figura 2: Espiral Integral de Desenvolvimento 26_3
Figura 3: AQAL (All Quadrants All Lines) – Integral Map 16_4
Figura 4: AQAL (All Quadrants All Lines) – Integral Map 2
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