O ano mais badalado da NASA em décadas

Um resumo astronômico de 2022, o ano em que a NASA realizou mais do que em 50 anos.

Para os amantes da Astronomia, 2022 foi um ano muito satisfatório. A NASA nos presenteou com imagens incríveis e missões bem-sucedidas em um dos anos mais ativos e marcantes para a Astronomia em décadas.

James Webb

As missões da NASA no ano passado foram notavelmente abrangentes – desde treinamentos para proteção à Terra até a preparação para a primeira missão tripulada à Marte. Ao trabalhar nos extremos, os cientistas estão fazendo mais no espaço do que nunca. Mas o feito mais incrível foi o lançamento do Supertelescópio James Webb, desenvolvido para superar as capacidades do Telescópio Hubble. Confira a seguir algumas delas:

O Quinteto de Stephan, por James Webb Telescope, 2022. NASA, ESA, CSA, and STScI.

Nebulosa de Carina, por James Webb Telescope, 2022. NASA, ESA, CSA, and STScI.

Nebulosa do Anel do Sul, por James Webb Telescope, 2022. NASA, ESA, CSA, and STScI.

Pilares da Criação, por James Webb Telescope, 2022. NASA, ESA, CSA, and STScI.

Nebulosa da Tarântula, por James Webb Telescope, 2022. NASA, ESA, CSA, and STScI.

A imagem mais nítida que existe de Netuno, o planeta mais distante do sistema solar, única foto que mostra os anéis e as faixas de poeira do planeta. Por James Webb Telescope, 2022. NASA, ESA, CSA, and STScI.

1ª imagem de exoplaneta feita pelo telescópio James Webb

Ano passado foi confirmada a informação de que foram descobertas cerca de 5 mil exoplanetas (planeta fora do sistema solar). E em setembro a NASA divulgou a primeira imagem de um exoplaneta feita pelo James Webb. A imagem, vista de quatro filtros de luz diferentes, mostra o exoplaneta HIP 65426 b, como foi nomeado pelos cientistas. Ele é um gigante gasoso, sem superfície rochosa e, por isso, não pode ser habitado.

Registros com 4 filtros diferentes do exoplaneta HIP 65426b, por James Webb Telescope, 2022. NASA, ESA, CSA, and STScI.

James Webb irá revolucionar ainda mais a Astronomia até então conhecida. Os estudos astronômicos dos próximos anos certamente serão determinados pelos feitos e registros do James Webb.

Mas outros acontecimentos também marcaram a astronomia em 2022 e merecem o devido destaque. Vamos conhecer?

Missão Dart 

Em 2022 a NASA também teve o feitio de desviar um asteróide de sua trajetória, concluindo com sucesso o treinamento do que poderia salvar a Terra se um asteroide ou cometa estivesse em rota de colisão com a Terra.

A missão DART colidiu com sucesso uma espaçonave no asteroide Dimorphos e empurrou levemente a órbita do asteroide.
NASA/Johns Hopkins APL

O Teste de Redirecionamento de Asteroides Duplos, ou DART (do inglês Double Asteroid Redirection Test), a espaçonave DART, de 610 Kg foi lançada em um asteroide de 5 bilhões de quilos chamado Dimorphos. 

Dimorphos é o menor de um par de asteróides que passou pela Terra no ano passado. O impacto aconteceu a 11,7 milhões de quilômetros da Terra e causou uma leve mas considerável alteração na trajetória do asteróide.

Dimorphos e seu gêmeo, Didymos, nunca foram uma ameaça para a humanidade, mas a NASA rastreia corpos celestes próximos da Terra potencialmente perigosos, a missão DART mostrou que seria possível proteger a Terra do impacto de um asteroide.

À procura de água

A NASA também tem estudado a água da Terra e em sistemas solares distantes. Em 16 de dezembro de 2022, um foguete da Space-X colocou em órbita o satélite Surface Water and Ocean Topography da NASA. Este satélite estará observando a Terra nos próximos três anos em uma tentativa de pesquisar quase toda a água na superfície da Terra. Os dados resultantes serão cruciais para entender como a mudança climática está alterando os oceanos do planeta.

Procurando fora da terra, os satélites da NASA também encontraram dois planetas aquáticos em um único sistema estelar a 218 anos-luz de distância. Os planetas são cerca de 50% maiores que o nosso planeta, mas possuem milhares de vezes mais água.

Em média, os oceanos da Terra têm cerca de 4 quilômetros de profundidade. Esses dois exoplanetas recém-descobertos estão cobertos por oceanos de 2.000 quilômetros de profundidade.

Missão Artemis 1

Artemis 1 é a primeira de uma série de missões da NASA que visam “devolver os astronautas americanos à Lua” até 2030 e, eventualmente, estabelecer uma base lunar. A missão pretende levar a primeira mulher e a primeira pessoa negra à Lua nos próximos anos, e ainda servir de treinamento para uma futura viagem até Marte. Estima-se que cada lançamento custe cerca de US$ 4,1 bilhões, – incluindo quatro lançamentos iniciais e pesquisa e desenvolvimento associados – estimado em US$ 93 bilhões.

Depois de vários atrasos, a missão Artemis 1 teve um sobrevoo bem-sucedido na Lua antes de cair em 11 de dezembro de 2022 – 50 anos depois que a Apollo 17 foi a última espaçonave americana a pousar na Lua.

A cápsula Orion, da Missão Artemis, após se aproximar da Lua.

Missões em Marte

Com as missões Rover Perseverance da Nasa e Rover Zhurong da China pesquisando o planeta Marte in loco, várias descobertas mantiveram Marte no centro do interesse científico em 2022. Destacam-se, novos detalhes a respeito da presença de água no planeta, bem como a descoberta de matéria orgânica pelo Rover Perseverance que pode ser indício de vida em Marte.

Recorde de velocidade no espaço

Desde o seu lançamento em agosto de 2018, a sonda Parker Solar Probe tem feito passagens cada vez mais próximas do Sol e, em 11 de dezembro de 2022, passou pelo Sol a pouco mais de 9 milhões de quilômetros da superfície. A sonda atinge velocidades incríveis ao passar pelo Sol e estabeleceu o recorde de velocidade de todos os tempos para uma espaçonave a 586.000 km/h.

Durante cada passagem, a nave do tamanho de um carro atinge 1.371 graus Celsius e é capaz não apenas de sobreviver ao calor, mas também de medir as condições físicas nas camadas mais externas do Sol. Esses dados estão ajudando os astrônomos a entender melhor o fluxo de partículas de alta energia do Sol que podem interferir nos aparelhos eletrônicos e nas telecomunicações da Terra.

Recorde de tempo no espaço

Um cidadão dos EUA passou um recorde de 355 dias em órbita, estabelecendo o recorde para o voo espacial mais longo . Este ano também marcou o 22º ano de presença humana contínua na Estação Espacial Internacional e o 25º ano de exploração robótica contínua de Marte.

O antigo poeta romano Virgílio cunhou a frase “ad astra per aspera”, ou “para as estrelas através das dificuldades”, e este último ano mostrou que os esforços humanos podem superar as dificuldades e alcançar as estrelas.

Este é um momento transformador, não apenas para a astronomia, mas para a ciência em geral. Que alegria ter nascido nessa época!!!

  • Com informações da revista científica Astronomy.
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